Ebook - Alquimia - Introdução ao Simbolismo - Marie-Louise Von Franz.pdf

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ALQUIMIA
MARIE-LOUISE
VON FRANZ
Agradecimentos
Este
feita
por
livro
se
apóia na transcrição,
Thomas, da série de
Uma
conferências pronunciadas pela doutora Von Franz no Instituto C G Jung de Zurique,
em 1959. A autora e o editor agradecem à senhorita Thomas por sua fiel preparação
da versão original. O texto em sua forma atual foi revisado para sua publicação por
Daryl Sharp e Manon Woodman Daryl Sharp selecionou as ilustrações, escreveu os
epígrafes e compilou o índice.
FIGURA sem número
1
O ovo filosófico é não só o lugar de nascimento mas o recipiente
contêiner
das
novas atitudes simbolizadas pelo objetivo alquímico da
coniunctio,
a união dos
opostos (masculino e feminino, a consciência e o inconsciente, etc). Aqui esse
objetivo representado como o hermafrodita que triunfa sobre o dragão e o globo alado
do caos, os rostos ameaçadores do inconsciente, os sete planetas representam
diferentes aspectos da personalidade, as sete etapas da transformação — Jamsthaler,
Viatonum spagyricum
(1625).
FIGURA 1
ALQUIMIA
Cânticos que ressonam na noite, como serpentes ondeantes de bravura; dossel
de fina gaze transfiguram um solene ritual, deste poder. Rebeldes, mas heróicos
foram sempre aqueles que, em virtude de estímulo, puderam entregar sem calcular.
Quem usou dessa magia inigualável, é que foi; em seu princípio, venerável escudeiro
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ao som do louvável. Heróica redenção, do Alto Rei, que assumiu suas potências
invisíveis, e ao querer perdurar, no possível, em seu castelo fez seu quartel.
Horizontes perdidos, foram eles, que uniram sua dor, ao balancim de finas cascavéis
que ressonam, e ao céu, configuram seu vir. Se o forte pedestal, ficou na cúpula, a
tocha de sua fé o iluminará, encontrando a pedra e, a sua luz, enfrentando-se a ela
prenderá. Quiseram escrutinar no profundo, e, desse misterioso escavar, puderam
verter nas trevas, tirando do escuro a verdade.
E dela, seu calor, deu-lhes abrigo que, em simultâneo amor os unirá.
Velozmente, sua marcha será um trio virginal, alegórico e ritual
que será ouvido sempre, do ninho, onde o grito foi sua pátria de domínio,
e sossegarão as vozes sem sentido, quando surgir da alquimia, a verdade, e em foros
de princípios intangíveis, o cósmico, verter em alusivos arquétipos que fracionam o
visível, com atenuantes olhares de chegar, o arquivo onde nascem as sementes, que
em cativa, brilhante e branca fonte, renascem como aves, a voar ao escabelo onde
têm suas figuras, que,
retomam as linhas que os guiam com premissas de um Todo, ao Total.
E escutando as vozes do Oriente,terão muito que ver no presente, desta forja ardente,
em eclosão.
Eram todos eones que, perdidos, transitavam o arco de um esquecimento,
e foram a verdade e a razão detrás da magia, que perene, tinha como débil, sua
missão. O lugar dos grandes campeões, tenazmente, é pinçar
nos arcanos de um passado que deve vislumbrar. Não é de hoje mas; sempre foram
leais, os que usaram sua magia e seus rituais para dar ao embrião, sua grande
missão, da tripla energia que hoje culmina na visão do grande, em redenção.
E neste demitir dessa grande forma, pretender discernir o grande mistério,
possivelmente, quem fora dono, do império que encerra a palavra, transmutar. A
alquimia que, talvez, foi figurada em remotos começos de um passado, para abrir na
via, seu caudal de verdades sutis, irrompidas por vistas, que cessaram em um dia e
hoje começam talvez seu cavalgar,
surgindo qual brilhante trilogia que é: fôlego, verdade e domínio. Cinzele
de esculpidas impressões foram sempre a razão desses campeões que souberam
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honrar a grande verdade, e, nestas letras que hoje, estão escritas, verificam que
desta grande alquimia seus passos puderam
encontrar, e ao chegar ao fundo desse evento, discernir do efêmero, o real.
Chela Sisti - Elio A. Casali
Primeira conferência
INTRODUÇÃO
Meditei muito sobre a forma em que devia dar este curso destinado a introduzi-
los no simbolismo da alquimia, e me decidi por uma breve interpretação de muitos
textos, em vez de optar por um texto único como em outras ocasiões. Como as
conferências serão nove, proponho-me dar três sobre a alquimia na Grécia antiga, três
sobre a arte alquímica árabe e as três últimas sobre a alquimia européia tardia, de
modo que delas se obtenha ao menos um vislumbre de cada fase da evolução desta
ciência.
Como vocês sabem, o doutor Jung consagrou muitos anos de estudo a este
tema, que praticamente exumou da estrumeira do passado, já que se tratava de um
domínio da investigação desdenhado e esquecido que ele conseguiu ressuscitar.
O fato de que agora um mínimo folheto vende-se por uns cem francos suíços,
enquanto que faz mais ou menos dez anos se podia comprar por dois ou três francos
um livro excelente sobre alquimia, deve-se na realidade ao Jung, porque a não ser
pelo
interesse
demonstrado
por
alguns
círculos
da
franco-maçonaria,
e
posteriormente pelos rosa-cruzes, quando ele começou a trabalhar sobre o tema
ninguém sabia virtualmente nada sobre a alquimia.
Logo que entremos nos textos entenderão vocês em alguma medida como
chegou a ser esquecida a alquimia e por que ainda, inclusive nos círculos junguianos,
muita gente diz que pode coincidir com Jung no que se refere à interpretação dos
mitos, e também a todo o resto de sua obra, mas que quando se trata de alquimia
deixam de ler —ou lêem protestando e a contra gosto— seus livros sobre o tema. Isto
se deve a que a alquimia é, em si mesmo, tremendamente obscura e complexa, e os
textos muito difíceis de ler, de maneira que se necessita uma bagagem enorme de
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conhecimento técnico se quiser um adentrar-se neste campo. Ofereço este curso
introdução aos estudantes na esperança de que lhes permita entrar melhor no tema, de
modo que quando lerem os livros de Jung tenham já um caudal de conhecimento que
lhes permita entendê-los.
Em seu livro
Psicologia e Alquimia
Jung introduziu, por assim dizê-lo, a
alquimia na psicologia, primeiro publicando uma série de sonhos de um estudioso das
ciências naturais que contêm grande quantidade de simbolismo alquímico, e depois
oferecendo entrevistas de textos antigos, com o qual esperava demonstrar o
importante e moderno que é este material, e quanto o que tem para dizer ao homem
moderno. O próprio Jung descobriu a alquimia em forma absolutamente empírica.
Uma vez me contou que nos sonhos de seus pacientes apareciam com freqüência
certos motivos que não podia entender, e que um dia, observando velhos textos sobre
alquimia, achou uma relação. Por exemplo, um paciente sonhou que uma águia
começava a voar para o céu e depois, subitamente, girava para trás a cabeça inferior
grossa, começava a devorar as asas e voltava a cair na terra. O doutor Jung captou o
simbolismo sem necessidade de comparações históricas, como por exemplo: o
espírito ascendente ou a ave pensante. O sonho mostra uma
enantiodromia,
o oposto
à situação psíquica. Ao mesmo tempo estava impressionado pelo motivo que cada
vez mais era reconhecido como arquetípico e que devia, quase obrigatoriamente, ter
um paralelo, até que não podia encontrar-se em nenhum lugar, aparecia como tema
geral. Então, um dia descobriu o
Ripley Scroll,
que dá uma série de imagens do
processo alquímico —publicadas em parte em
Psicologia e Alquimia—,
onde uma
águia com cabeça de rei se volta para trás para comer suas próprias asas.
FIGURA 2
5
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